Livros

domingo, julho 2

Lika Leu: Encruzilhada

Livro: Encruzilhada
Autor: Lúcio Manfredi
Editora: Draco


Vocês já leram algum livro que pulsa em suas mãos? Aquele que parece ter vida própria? Que sussurra aos seus ouvidos enquanto você lê? Pois é, o livro Encruzilhada é exatamente assim, ele tem uma cadência que me seduziu mesmo antes de eu começar a me envolver com a história, ele aprecia pulsar, suas letras dançavam para meus olhos famintos, enquanto eu devorava o livro.

Ele conta a história de Max, e explicar quem é Max, é uma das coisas mais complicadas que posso falar pois se eu explicar quem realmente é o personagem do livro eu desvendaria para vocês todo o enredo do mesmo. Mas o que posso adiantar, que se trata de um personagem complexo, e que transita por várias realidades, e sua complexidade vai ainda mais além do que suas personalidades.

O livro aborda a existência de muitos mundos, onde a encruzilhada, reino de exus, é justamente o ponto de intersecção entre todas as realidades em que sua existência habita, e justamente entre tambores, assassinatos, realidades que convergem para uma casa, que serve de palco para uma encruzilhada, é que o enredo do livro vai se desenrolando, com uma poesia que envolve o leitor.

A princípio Max é um assassino de aluguel que está prestes ou não a encerras seu último trabalho, e foge entrando pela janela de uma casa, e nessa casa ele encontrará todas as existências que seu eu possui, uma de cada vez, uma em cada realidade, mas todas cercadas de mistérios.

Um dos livros que mais me prendeu e seduziu a cada página, é simplesmente forte, marcante e de uma poesia que nos prende.

quarta-feira, abril 5

O Bicho da Seda


Livro: o bicho da seda
Autor: Robert Gilbraith
Editora; Rocco

Mais um livro com o detetive Cormoran Strike, confesso que adoro esse personagem que com tantos defeitos se faz humano e próximo ao leitor. Sim também sei que a ordem das resenhas não é a mesma da publicação dos livros, mas é a ordem que eu li. Mas vamos ao que interessa não é mesmo?

Owen Quine, um escritor não muito famoso e nem muito benquisto, desaparece sem deixar rastro, é então quando sua esposa caótica Leonora, resolve procurar pelo detetive que estava famoso por outro caso de grande repercussão,  e Strike aceita essa tarefa, que se tornaria mais um grande caso. 

Após esgotar os lugares óbvios, e pessoas que pudessem conhecer Quine, Strike o encontra em uma antiga casa de propriedade do desaparecido e de outro escritor, nessa casa, o corpo de owen é encontrado, vítima de um assassino cruel e sanguinário. que aparentemente, reproduziu uma cena do livro que Owen estaria escrevendo.

Todo o processo de investigação e as dificuldades que tanto Strike quanto Robin enfrentam para conseguir uma linha lógica, são bem descritas e nos prendem o folego e a atenção. Considero um dos pontos altos do livro essa capacidade de nos prender e nos guiar para as conclusões do detetive

O livro, é cheio de personagens complexos e de intrigas do mundo editoria, já que s livros de Quine são polêmicos e beiram o mal gosto, durante todo o tempo, Cormoram conta com o apoio de sua fiel assistente, que busca ter mais destaque dentro do escritório, mesmo que isso lhe custe o bom relacionamento com o noivo.

Toda a trama é bem costurada, nos fazendo devorar o livro para entender quem seria a mente cruel e perversa que cometeria um crime tão hediondo, e confesso que desconfiei de vários personagens, mas minhas teorias iam caindo por terra a medida que Strike investigava e achava novos dados, Mas uma coisa que gostei bastante foi da abordagem mais humana a Cormoran e Robbin, onde suas vidas e particularidades são mais expostas.

Enfim trata-se de mais um livro delicioso, daqueles que nos prendem e nos incitam a resolver o mistério antes do detetive



quarta-feira, março 22

Colega de Quarto


Autor: Victor Bonini
Ano: 2015
Editora: Faro Editorial

Um livro repleto de suspense, daqueles que nos intriga e instiga,  que nos surpreende a cada virar de páginas, com .

Erick Schatz, um rapaz rico, carioca, veio para São Paulo para estudar, porém ao que parece simplesmente enlouquece e se suicida após um telefonema pedindo socorro a um detetive particular. O rapaz que mora sozinho em um bom apartamento, percebe que talvez não esteja assim tão sozinhos naquele local. Há vestígios mais do que visíveis de que há mais alguém morando ali, sapatos que aparecem, comida na geladeira,descarga no meio da noite, Tudo indica que o apartamento tem mais de um morador,

Todos desacreditam o rapaz,  afinal não há ninguém ali, é então que Erick procura um psiquiatra, para que este o avalie, e chegue a um veredito mas nada parece capaz de acalmar os nervos do rapaz que a cada dia que passa está mais transtornado. Seu último recurso é procurar um detetive, mas este também não dá muita atenção ao jovem mimado, Pelo menos não enquanto Erick ainda está vivo.

Quem é o colega de quarto de Erick Schatz? Essa pergunta está em cada página do livro, em cada momento, afinal o que levou o garoto a cometer suicídio? Será que Erick finalmente descobriu com quem divide o apartamento? O mistério é fascinante e seu desenrolar nos surpreende, não é daqueles livros obvieis, ao contrário, inesperado.

O livro tem uma escrita fluida e leve , que o torna uma leitura rápida e contínua, é difícil parar de ler. Seus personagens são bem construídos, e cheios de enigmas, com dualidades que os tornam mais humanos, mais próximos ao leitor, Vale a pena desvendar os mistérios desse apartamento.

sexta-feira, março 10

Café com o Autor - Victor Bonini

Guardiãs Entrevistam!!!

Olá, leitores! Estavam pensando que não teríamos mais entrevistas? Rá! Pegamos vocês!
A entrevista desse mês demorou um pouquinho para sair do forno graças ao Carnaval mas o que importa que estamos de volta e com um entrevistado cujo livro foi um dos maiores destaques do biênio 2015/2016: Victor Bonini. 


Victor é natural de São Paulo. Aos seis anos, mudou-se com a família para Vinhedo, interior do estado, onde morou até os dezoito. Foi quando ingressou na faculdade de jornalismo e voltou à capital. Formado em 2014, apresentou como trabalho de conclusão de curso um livro sobre o caso Pesseghini, em que apresentou vários aspectos do crime que chocou o país em 2013. Seu trabalho, elogiado pela banca de avaliadores, escrito em parceria Mariana Janjacomo, não foi publicado por um pré-acordo com a família das vítimas. Passou por outras grandes redações, como a TV Gazeta, GloboNews e Revista VEJA. Atualmente é repórter de vídeo da TV Globo de São Paulo.

Colega de Quarto foi publicado em 2015, pela Faro Editorial, e foi bastante elogiado no mercado editorial não só pela proposta (afinal sabemos o quão complicado é o mercado nacional para o gênero policial) mas pela qualidade da escrita. O livro tem um enredo envolvente e aconselhamos a todos a leitura, vale a pena. Agora, que tal a entrevista?


Guardiãs:  Além da obra "Colega de Quarto", você que é um autor bastante jovem tem mais outros três livros escritos. Victor, qual é a principal diferença que você consegue perceber entre as obras? Todas tinham um "pezinho" no gênero policial ou não?

Victor Bonini: Na verdade, tenho dois livros escritos, e apenas um publicado, Colega de Quarto. Ele tem franca inspiração nos clássicos de Agatha Christie e Conan Doyle que deixaram o "whodunit" conhecido dentro do romance policial (whodunit é aquele tipo de livro em que o leitor é desafiado a descobrir o criminoso). Cresci lendo livros assim e sempre me senti instigado a pensar junto com o detetive nas possibilidades pra resolver o crime. Por isso, foi natural seguir essa linha nos meus próprios livros.
Mas não pense que foram só os dois que me influenciaram. Tenho pelo menos uma dezena de escritores-referência, aqueles que leio e quando termino o livro penso "nossa, meu sonho é escrever algo tão bom quanto". Alguns: Dennis Lehane, Patrícia Mello e Stephen King (eis aí de onde veio a verve mais "sobrenatural" de Colega de Quarto).
Já meu outro trabalho é um livro-reportagem sobre um crime ocorrido em 2013 na Brasilândia, bairro de São Paulo. É sobre uma família inteira que foi assassinada numa mesma noite, os Pesseghini. Eu e minha parceira de obra resolvemos não publicar atendendo a um pedido da família dos envolvidos.

G: Ainda sobre o "Colega de Quarto", poderia nos falar um pouco sobre como foi o processo de criação das personagens do livro?
VBEm primeiro lugar, eu sempre li muito policial e terror. Acho que o que faz a faísca da ideia acender dentro da sua cabeça é ter muito gás vazando lá dentro. Acaba explodindo sempre com o gênero que você mais gosta. É o que dizem: você naturalmente escreve sobre aquilo que mais tem na sua estante e sobre aquilo que você conhece.
No meu caso: eu morei alguns anos na esquina das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio. É onde tudo acontece em São Paulo. Lá, barulho é uma constante. É de ônibus, pedestre etc etc etc. Nunca me importei (pelo contrário, sou meio cosmopolita), mas eu sempre fiquei imaginando que deve ter gente que odiaria. Até porque era comum eu acordar no meio da noite com algum desses barulhos cuja origem eu nem sabia qual era.
Foi a partir daí que eu desenvolvi a trama de Colega de Quarto. Criei o Eric, um carioca que vem morar em São Paulo e que começa a ouvir barulhos estranhos no apartamento onde ele mora sozinho. Vê coisas, as luzes se acendem sozinhas, aparece um par de chinelos que não é dele... Eu achava que era um início bom para um romance (até porque deixo o leitor na dúvida sobre se é loucura ou realidade) e pensei num fio condutor para levar a ideia adiante. A partir do momento que comecei a escrever, tudo saiu muito naturalmente.

G: Como foi o caminho até a publicação do seu livro pela Faro Editorial? Tortuoso, fácil...?
VB: Foi difícil. Acho que é para todos os escritores brasileiros. Ainda dei sorte: terminei o livro em setembro de 2013 e fechei contrato com a Faro em novembro de 2014, ou seja, fiquei pouco mais de um ano tentando. Conheço gente que está há anos sem sucesso algum.
Meu plano foi: assim que eu terminei o livro, revisei uma primeira vez, ajustando ele inteiro, nos mínimos detalhes, para que ele ficasse com cara de profissional. Depois, passei para alguns leitores-beta que me disseram o que tinham achado. Fiz mais modificações (aquelas com que eu tinha concordado) e comecei a enviar para editoras. Mas não quaisquer editoras. Minha rotina era ir para livrarias e ficar horas na seção de livros policiais prestando atenção às editoras que publicavam policiais brasileiros. Isso foi essencial, porque eu consegui esquadrinhar o mercado editorial desse gênero no Brasil. Com isso, enviei o livro especificamente para as que eu tinha selecionado. Facilitou muito. Foi assim que eu encontrei a Faro, que se interessou logo pelo Colega de Quarto, e a partir daí foi só coisa boa!

G: Como é sua rotina para escrever? Aliás, você tem alguma rotina para escrever, alguma disciplina, um horário determinado ou escreve quando surge oportunidade?
VB: Não tenho horário determinado porque minha outra profissão não permite! Haha! Sou jornalista, o que significa que a cada dia eu entro num horário diferente (madrugada, manhã, tarde, noite), além de trabalhar em finais de semana e feriados. É nos horários fora do trabalho como jornalista que eu escrevo. Eu não paro. O Stephen King diz que um autor tem que escrever todo santo dia, mesmo que seja uma reprodução de um sonho, uma resenha, um início de história. Vou ser sincero: não é todo santo dia que consigo escrever. Mas juro que é só passar uma semana longe do teclado que meu dedo começa a coçar. Aliás, meu cérebro. Escrever vicia. Tenho pelo menos uma dúzia de contos prontinhos (e muitos desses "contos" têm mais de cem páginas), além de outros dois romances esquematizados.
Nesse ritmo de escrever muito, eu acabo não colocando metas pra mim. Não fico pensando "ah, hoje preciso escrever mais mil palavras senão não rendi". Acho que funciona mais naturalmente: tem dias em que escrevo mais do que em outros. E pra mim isso não tem problema. Só coloco prazos no meu trabalho quando eu sei que preciso terminar algo num tempo determinado. Foi o caso do meu novo livro. Eu sabia que tinha três meses para pôr o ponto final. Julguei que era possível e, com isso, me disciplinei a todo santo dia usar os meus minutos de descanso para escrever. Deu certo. Acho que pra mim existe apenas uma regra: quando eu preciso escrever, eu sento e escrevo! E acho que essa é a regra em que muita gente esbarra, pois ainda existe aquela ideia romântica de que escrita é só inspiração. Diria que é 30% inspiração e 70% trabalho. Não adianta ficar esperando esses 30% chegarem se você não faz os outros 70%.

G: Alguns autores afirmam que as histórias “se escrevem” sozinhas. Como se dá esse processo com você? Você pensa na trama inteira, seguindo depois um esquema previamente traçado?
VB: Eu acho que é uma questão de gênero literário. Eu vou a muitos eventos com o meu grande amigo Vinicius Grossos, que escreve dramas mais românticos e adolescentes. E nessa pergunta a gente sempre diverge! É incrível! Ele diz que vai escrevendo e a história vai se formando nas páginas. Eu sinto um pouco isso com meus livros também, mas eu acho que o romance policial exige um planejamento prévio maior. Tipo a planta de uma casa. Explico: é que a graça do romance policial é quando o leitor se surpreende com o fim e percebe que, ao longo do livro, o autor tinha distribuído pistas para que ele descobrisse os fatos que levam ao clímax. É o mínimo para que o leitor não se sinta traído. Para isso, eu-autor preciso saber desde o começo quem é o assassino. Não significa que eu engesso a história como a um braço quebrado e a partir dali mal consigo mexer os dedos. Nada disso. Pense mais ou menos como se eu partisse do ombro e soubesse apenas como será o dedo e alguns trechos do caminho até lá, tipo o cotovelo e antebraço. O restante vai se mostrando conforme vou escrevendo e tendo ideias.

G: Como a literatura entrou em sua vida? Quais são as suas influências?
VB: Comecei lendo Coleção Vagalume e os primeiros do Desventuras em Série. Mas eu comecei a amar a leitura com Harry Potter. Dali até Agatha Christie foi um desvio de rota e então não parei mais. Comecei a devorar os romances policiais. Quando eu terminei de ler os da Agatha, percebi que eu estava engolindo livros desse gênero que nem aspirador de pó. Aí decidi partir para outros gêneros também. (Nem preciso dizer que policial virou minha maior influência, né?) Hoje, intercalo: um policial, um terror, um de outro gênero. Neste momento, estou lendo Gabriel García Márquez, por exemplo.

G: Qual é a sensação de ir a uma livraria e encontrar uma obra sua à venda?
VBSensacional. Indescritível. Em proporções menores, é mais ou menos como participar de uma Olimpíada: você sabe que pra chegar lá teve muito trabalho, está muito feliz por saber que agora muita gente vai ver o resultado do seu esforço (e de que você se orgulha muito), ao mesmo tempo em que fica aquela minivergonha/humildade por compartilhar um momento tão íntimo com estranhos. É a parte mais legal (me comunicar com gente que nem estou vendo) mas também a mais intimidadora (pensa que o atleta pode ganhar o ouro na frente do mundo inteiro ou ficar em último lugar).

G: Como você concilia as suas carreiras (jornalista/autor)? As histórias que cobre no cotidiano, de alguma forma servem como inspiração para o seu processo criativo?
VBA partir do momento em que me acostumei com os horários, aprendi a conciliar bem as duas carreiras. As história que vejo no dia a dia até servem de inspiração, mas eu acho que mais para a base estrutural e pro pano de fundo do livro do que pro desenvolvimento dele. Exemplo: o que vivi acompanhando casos de polícia tanto na rua, quanto escrevendo o livro-reportagem sobre a família Pesseghini serviu para que eu embasasse os fatos que ocorreriam em Colega de Quarto após o crime. Relações polícia-suspeitos, polícia-detetive particular, como funciona um inquérito, o que pode e o que não pode, o que soa verossímil e o que nunca aconteceria na vida real... Esse é o tipo de coisa que peguei emprestado do cotidiano para fazer o Colega de Quarto. Mas o crime, em si, e os personagens -- isso tudo saiu da minha cabeça.

G: Pode nos contar o que você está lendo no momento? Quem sabe façamos uma resenha sobre ele...
VBAh, contei lá em cima mas repito: estou lendo Cem Anos de Solidão, do Gabriel García Márquez! Faz parte daqueles livros que sempre quis ler inteiro, mas só tinha lido pedaços (esses dias, descobri que este é um dos livros mais abandonados pelo leitores do Goodreads por causa da escrita densa). Estou adorando! =)

G: Para encerrar, pode deixar um recado para os leitores?
VB: Então vamos ao quadro de recados:
1- me sigam nas redes sociais (Guardiãs informam: todos os links encontram-se ao final da entrevista.  Se vocês acham que foi uma estratégia nossa, acertaram. RÁ!)
2- leiam Colega de Quarto
3- indiquem Colega de Quarto aos amigos, familiares etc etc etc
4- fiquem ligados porque no segundo semestre vai ter livro novo!!!!
5- se nos encontrarmos nas idas e vindas literárias, venham me dar um abraço!!! Juro que toda vez que eu tenho marcador de página ou comida, eu compartilho =) 



E este foi mais um "Café com o Autor", as Guardiãs estão imensamente gratas ao Victor pela disponibilidade em falar conosco, afinal sempre é enriquecedor partilhar de momentos assim, além de mostrar aos leitores que aqueles que trazem à tona histórias que nos inspiram, distraem e ajudam a vivenciar essa realidade louca do mundo real são "gente como a gente". Mais uma vez, muito obrigada Victor! Estamos ansiosas pelo segundo semestre! 


Agora você, caro leitor, nos diga o que achou e se gostou: compartilhe!



Quer entrarem contato com o autor? A gente sempre te ajuda! Como o prometido: OS LINKS!
Aqui seguem os links das redes sociais do Victor: Perfil no Facebook | Instagram - Victor Bonini | Twitter - Victor | Colega de Quarto - Faro Editorial

quarta-feira, fevereiro 15

Teste: quem é você na literatura? (Estante Virtual)



Boa tarde a todos!

Enquanto preparava a próxima resenha do blog ( The 42nd St. Band - Renato Russo, não tenho problemas com spoilers e vocês?) recebi a indicação deste teste de uma amiga e pensei: "mais um testezinho bobo" mas não, este não foi o caso.

É um teste muito bem elaborado e divertido de fazer, por isso resolvi compartilhar o link, espero que gostem e daqui a pouco uma nova resenha!

TESTE!!!

Agradecimentos ao Blog do Estante Virtual que elaborou o teste!

Até a próxima!

quarta-feira, fevereiro 1

Eu vejo Kate



Livro: Eu vejo Kate, o despertar de um serial killerAutora: Claudia LemesEditora: empíreo


Eu confesso, que pensei muito sobre como falar desse livro, muito mesmo, pois foi um dos livros mais intensos que eu já li, daqueles que fechamos as páginas e ficamos alguns momentos olhando o vazio e perguntando no porquê...
Intenso, envolvente, forte e pavoroso, são os primeiros adjetivos que me vem a mente quando o terminei.  sua capa, leve colorida, pode até sugerir algo delicado, mas não se iluda, aquelas páginas pesam.

O livro conta a história de Kate, uma autora de livros, cujo o atual projeto é a biografia de um sádico serial killer, que foi executado . Aliás que durante todo o livro temos a presença de Nathan Bardel, o assassino em questão, que narra os fatos, e acompanha os passos de Kate.
Para seu livro, ela faz uma intensa pesquisa , mergulhando de forma minuciosa em seu trabalho, porém um imprevisto ocorre, a editora responsável pela publicação do livro cancela a sua publicação, mas mesmo coma negativa incisiva deles, Kate, continua movida por sua paixão pela obra que está criando.

Porém as coisas a levam a conhecer Owen, o policial responsável pela captura de Nathan,  a princípio ele parece não estar interessado em nada daquilo, mas o que seria apenas a publicação da biografia de um serial killer se torna uma série de crimes hediondos, com Kate e Nathan bem no olho do furacão, pois há alguém cometendo crimes muito parecidos com os de Nathan.

É justamente nesse clima que o livro fica denso, com a descrição nua, crua e detalhada de crimes hediondos, e de um sadismo absurdo descritos de forma tão hábil e explicita pela autora. Confesso que em alguns momentos fechei o livro, e pensei se continuaria ou não a leitura, mas não tem como deixá-lo de lado, é como se Nathan sussurrasse em nossos ouvidos, nos pedindo que não o abandone, que decifre cada linha, cada crime, cada dor contidos ali.

As cenas do interrogatório foram as que mais me chamaram a atenção, e nas quais pensei durante mais tempo, pensei pelo que ali está escrito e pela veracidade, por imaginar quantos psicopatas, sádicos, sociopatas, e outras espécies de monstros estão nas ruas, ao nosso redor, e que achamos desculpas para não ver, ou simplesmente somos incapazes de ver em um belo rosto algo de horrendo. 

O livro é complexo e tenso, mas flui, é quase impossível parar de ler, as páginas são devoradas num misto de curiosidade e asco que nos conduzem por essa história, mas que vale cada minuto de leitura, um dos melhores livros que li com certeza.

sexta-feira, janeiro 27

Café com o Autor - Claudia Lemes



Guardiãs Entrevistam!!!

Olá, leitores! Este é um post especial e que dá continuidade nos processos de reestruturação do blog. Como já comentamos com vocês queremos ampliar as postagens e não nos restringirmos apenas as resenhas dos livros que são, sim, importantes mas que acabam por restringir o universo literário.

Esperamos que vocês nos acompanhem nesta nova fase e que curtam os nossos Cafés com os Autores que, nada mais são do que entrevistas com os autores (inclusive aceitamos sugestões de entrevistados #somosdessas). A nossa primeira entrevistada é a autora Claudia Lemes. 


Claudia escreve desde a sua adolescência, mas foi somente em 2015 que publicou o seu primeiro romance. Mãe de três filhos, tradutora, professora e autora de cinco livros (todos em inglês, e em diversas fases de edição) e se destacou pela trilogia “Woodsons”. Nasceu em Santos mas morou em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Cairo e no estado da California (EUA)Então, sem mais delongas, segue a entrevista com a Claudia Lemes, autora de Eu vejo Kate: O despertar de um serial killer e Um Martíni com o Diabo, ambos publicados pela Editora Empíreo.

Guardiãs: Você pode nos falar sobre seu lançamento mais recente "Um Martini com o Diabo"?
Claudia Lemes: Um Martini com o Diabo é um romance policial que puxa para o estilo "noir", com personagens durões, mulheres misteriosas, ação e conflitos internos. Segue a trajetória de Charlie Walsh como um infiltrado na máfia italiana, na família Conicci, cujo chefe é seu pai biológico. Para se vingar do pai pelas atrocidades cometidas contra a mãe, Charlie se aproxima dele, mas o mundo da máfia em Las Vegas o seduz, abala suas convicções, e muda quem Charlie é. Se essa mudança é uma queda ou uma redenção, cabe ao leitor decidir.

G: Ainda sobre o "Um Martini com o Diabo", poderia nos falar um pouco sobre como foi construir a Marion? Como foi o processo de criação de uma mulher capaz de se submeter a tanto sem perder a classe?
CL: Marion é uma das personagens que mais amei escrever. Ela mostra como uma mulher bem resolvida, inteligente e moderna consegue se perder e se render a um relacionamento abusivo. A vida como esposa de um chefe da máfia corrói Marion de diversas formas, mas sua alma permanece íntegra até o final da sua história. 

G: Você tem outro livro publicado pela Empíreo, não? Como surgiu a ideia do culpado do livro "Eu vejo Kate"?
CL: Não gosto de dar spoilers sobre o Kate, mas posso dizer que a meta de mostrar assassinos em série de uma forma crua, realista e sem qualquer tipo de romantização foi cumprida. Me inspirei em crimes reais, de forma que o culpado, no final, pode surpreender, mas é totalmente verossímil, infelizmente. 

G: Quanto tempo demora para concluir um romance?
CL: Depende muito. Sou de escrever rápido, em exaltações violentas de inspiração, mas meu estilo de vida nem sempre me permite agilidade. Kate foi escrito em sete dias, Um martíni com o Diabo em um mês e meio, mas meu romance atual está demorando mais. Termino esta semana, mas já estou trabalhando nele há quatro meses.

G: Como é sua rotina para escrever? Aliás, você tem alguma rotina para escrever, alguma disciplina, um horário determinado ou escreve quando surge oportunidade?
CL: Gostaria de ter rotina, mas a vida realmente não permite. Além de outros trabalhos, sou mãe de três filhos e o mais novo tem um ano. Hoje em dia as obrigações vêm antes da escrita, então só posso escrever quando tenho tempo. Só que minha paixão pelo ofício me leva a digitar um parágrafo aqui e outro ali, entre trabalho, casa, filhos, marido e trabalho nas redes sociais. Penso o dia inteiro na história que estou escrevendo, então quando consigo alguns segundos na frente do computador, tudo flui com facilidade. 

G: De onde vem a inspiração?
CL: De absolutamente tudo. 

G: Alguns autores afirmam que as histórias “se escrevem” sozinhas. Como se dá esse processo com você? Você pensa na trama inteira, seguindo depois um esquema previamente traçado?
CL: Eu penso numa boa premissa que durante o processo vai levar a um final inevitável. Alguns livros saem fácil, realmente se escrevem sozinhos. Mas também acho importante estudar teoria literária, ter técnica, conhecer seus motivos para fazer X ou Y. Thrillers exigem um pouco de planejamento e truques, claro. Tento equilibrar metodologia com momentos mais livres de criatividade.

G: Como a literatura entrou em sua vida? Quais são as suas influências?
CL: Comecei a ler aos 7 anos, diversos livros e gibis por semana, e nunca deixou de ser um vício. A maior incentivadora foi minha mãe, professora de literatura, mas foi muito importante crescer entre livros, numa família que lia. Ver meus pais e meus avós com livros nas mãos me dava a impressão de que ler era tão normal quanto comer e dormir. Por isso nunca pareceu uma obrigação ou esforço.

G: Qual é a sensação de ir a uma livraria e encontrar uma obra sua à venda?
CL: A de um sonho realizado, dever cumprido, uma das melhores sensações da vida.

G: Como você concilia as suas carreiras (tradutora/professora/autora)? 
CL: Não sinto muita dificuldade em conciliar o que tenho de trabalho para fazer. A maior dificuldade para mim é conciliar os filhos com a carreira de escritora, que vai muito além de escrever livros porque demanda tempo para pesquisa, leitura e engajamento nas redes sociais. Isso é meu maior desgaste hoje, e não tenho fórmula. Vivo um dia de cada vez, porque como mãe há 12 anos, já descobri que com filhos o planejamento é inútil. Aproveito momentos, deixo a preguiça de lado, e dou o melhor de mim para cada função. 

G: A propósito, se estivesse iniciando a carreira como autora agora, mudaria alguma coisa? Repensaria algum caminho?
CL: Ah, sim, Hahahahhaha. Ah, eu diria para mim que encontrar uma editora disposta a investir em você não é a chegada da corrida e sim a largada. Diria a mim mesma para estar sempre dois ou três livros à frente, a me planejar melhor para estar presente nos eventos e...quer saber? Talvez nem começaria, sabendo que minha vida já é caótica demais para me envolver na loucura que é o mundo editoral. Ainda bem que escolhemos nossos caminhos pela esperança e não o medo. Caso contrário, nossos sonhos nunca seriam realizados.

G: Pode nos contar o que você está lendo no momento? Quem sabe façamos uma resenha sobre ele...
CL: Nesse momento estou lendo Corda no Pescoço, do Ingo Muller, um excelente livro nacional, e louca para começar Hibiscus Roxo, da Chimamanda Ngozi Adichie.

G: Para encerrar, pode deixar um recado para os leitores?
CL: Que leiam mais livros nacionais! Hahahah. Sem preconceito, e com a mesma mente aberta que leem os estrangeiros. Percebo que os leitores perdoam deslizes dos autores internacionais famosos, mas massacram qualquer livro nacional que não os agrade 100%, num nível pessoal. É claro que há exceções, leitores com uma maturidade incrível, mas no geral temos tendência a valorizar mais o que vem de fora. Apoiem nossos autores e nossas obras ♥




E esta foi a nossa primeira entrevista, as Guardiãs estão imensamente gratas a Claudia por sua generosidade em nos ceder minutos de sua vida para este projeto. 
Agora você, caro leitor, nos diga o que achou e se gostou: compartilhe! 



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