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segunda-feira, março 14

Lika Leu: Cova 312



Titulo: A cova 312
Autora: Daniela Arbex
Editora Geração editorial


A repórter Daniela Arbex, do jornal A Tribuna de Minas, mergulha nesse livro pelos anos das trevas no Brasil, o período da ditadura, uma ferida ainda recente de nossa história, que ainda está longe de cicatrizar, muitos são os desaparecidos e outros mais os mortos por esse período, onde a truculência e a barbárie, eram a constante da polícia.

A jornalista se propõe a investigar a única morte ocorrida na penitenciária de Linhares, que segundo o exército tratava-se de um suicídio, mas a família se recusava a acreditar nessa hipótese, e o corpo até então nunca fora entregue para a família, figurando no rol dos desaparecidos sendo de Milton Soares de Castro, da Guerrilha do Caparaó, alias único civil, a participar da guerrilha.

Em suas páginas, Daniela, vai desvendando a vida na penitenciária de Linharese daqueles que ocuparam ali o posto de presos políticos, através de seu livro e das várias reportagens sobre a ditadura a autora, nos apresenta a história de tortura e sofrimento, que muitos sofreram atrás daqueles portões, o livro relata algumas tortura, ao mesmo passo que humaniza aqueles que sofreram com o regime, muitos deles foram exilados do Brasil, tendo sua anistia muitos anos depois.

Após conhecer a história de Milton, Daniela se sentiu na obrigação de seguir as pistas, para descobrir não só o que acontecera com ele, mas aonde estava seu corpo, e tanto fez em sua investigação, que conseguiu encontrar a cova do Guerrilheiro do Caparaó, a cova 312 L do cemitério municipal. Junto com as ossadas de Milton outras foram encontradas. 

Mas longe de se dar por satisfeita, a jornalista queria ter certeza da causa mortis, e investigou com afinco, a ponto de conseguir laudos e perícias, com fotos, do corpo. Esses dados foram coletados e mostrados a outros peritos que comprovaram que havia sido enforcamento, mas não suicídio. 

E assim finalmente a família de Milton Soares de Carvalho o Guerrilheiro do Caparaópode enterrar seu morto, e saber o que com ele havia ocorrido, não, isso não apaga a dor da perda, nem a dor de quem foi torturado, não apaga um período negro de nossa história, mas trás luz a esse caminho e um pouco de justiça, não podemos jamais esquecer do passado, para que não o revivamos