Livros

sexta-feira, janeiro 27

Café com o Autor - Claudia Lemes



Guardiãs Entrevistam!!!

Olá, leitores! Este é um post especial e que dá continuidade nos processos de reestruturação do blog. Como já comentamos com vocês queremos ampliar as postagens e não nos restringirmos apenas as resenhas dos livros que são, sim, importantes mas que acabam por restringir o universo literário.

Esperamos que vocês nos acompanhem nesta nova fase e que curtam os nossos Cafés com os Autores que, nada mais são do que entrevistas com os autores (inclusive aceitamos sugestões de entrevistados #somosdessas). A nossa primeira entrevistada é a autora Claudia Lemes. 


Claudia escreve desde a sua adolescência, mas foi somente em 2015 que publicou o seu primeiro romance. Mãe de três filhos, tradutora, professora e autora de cinco livros (todos em inglês, e em diversas fases de edição) e se destacou pela trilogia “Woodsons”. Nasceu em Santos mas morou em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Cairo e no estado da California (EUA)Então, sem mais delongas, segue a entrevista com a Claudia Lemes, autora de Eu vejo Kate: O despertar de um serial killer e Um Martíni com o Diabo, ambos publicados pela Editora Empíreo.

Guardiãs: Você pode nos falar sobre seu lançamento mais recente "Um Martini com o Diabo"?
Claudia Lemes: Um Martini com o Diabo é um romance policial que puxa para o estilo "noir", com personagens durões, mulheres misteriosas, ação e conflitos internos. Segue a trajetória de Charlie Walsh como um infiltrado na máfia italiana, na família Conicci, cujo chefe é seu pai biológico. Para se vingar do pai pelas atrocidades cometidas contra a mãe, Charlie se aproxima dele, mas o mundo da máfia em Las Vegas o seduz, abala suas convicções, e muda quem Charlie é. Se essa mudança é uma queda ou uma redenção, cabe ao leitor decidir.

G: Ainda sobre o "Um Martini com o Diabo", poderia nos falar um pouco sobre como foi construir a Marion? Como foi o processo de criação de uma mulher capaz de se submeter a tanto sem perder a classe?
CL: Marion é uma das personagens que mais amei escrever. Ela mostra como uma mulher bem resolvida, inteligente e moderna consegue se perder e se render a um relacionamento abusivo. A vida como esposa de um chefe da máfia corrói Marion de diversas formas, mas sua alma permanece íntegra até o final da sua história. 

G: Você tem outro livro publicado pela Empíreo, não? Como surgiu a ideia do culpado do livro "Eu vejo Kate"?
CL: Não gosto de dar spoilers sobre o Kate, mas posso dizer que a meta de mostrar assassinos em série de uma forma crua, realista e sem qualquer tipo de romantização foi cumprida. Me inspirei em crimes reais, de forma que o culpado, no final, pode surpreender, mas é totalmente verossímil, infelizmente. 

G: Quanto tempo demora para concluir um romance?
CL: Depende muito. Sou de escrever rápido, em exaltações violentas de inspiração, mas meu estilo de vida nem sempre me permite agilidade. Kate foi escrito em sete dias, Um martíni com o Diabo em um mês e meio, mas meu romance atual está demorando mais. Termino esta semana, mas já estou trabalhando nele há quatro meses.

G: Como é sua rotina para escrever? Aliás, você tem alguma rotina para escrever, alguma disciplina, um horário determinado ou escreve quando surge oportunidade?
CL: Gostaria de ter rotina, mas a vida realmente não permite. Além de outros trabalhos, sou mãe de três filhos e o mais novo tem um ano. Hoje em dia as obrigações vêm antes da escrita, então só posso escrever quando tenho tempo. Só que minha paixão pelo ofício me leva a digitar um parágrafo aqui e outro ali, entre trabalho, casa, filhos, marido e trabalho nas redes sociais. Penso o dia inteiro na história que estou escrevendo, então quando consigo alguns segundos na frente do computador, tudo flui com facilidade. 

G: De onde vem a inspiração?
CL: De absolutamente tudo. 

G: Alguns autores afirmam que as histórias “se escrevem” sozinhas. Como se dá esse processo com você? Você pensa na trama inteira, seguindo depois um esquema previamente traçado?
CL: Eu penso numa boa premissa que durante o processo vai levar a um final inevitável. Alguns livros saem fácil, realmente se escrevem sozinhos. Mas também acho importante estudar teoria literária, ter técnica, conhecer seus motivos para fazer X ou Y. Thrillers exigem um pouco de planejamento e truques, claro. Tento equilibrar metodologia com momentos mais livres de criatividade.

G: Como a literatura entrou em sua vida? Quais são as suas influências?
CL: Comecei a ler aos 7 anos, diversos livros e gibis por semana, e nunca deixou de ser um vício. A maior incentivadora foi minha mãe, professora de literatura, mas foi muito importante crescer entre livros, numa família que lia. Ver meus pais e meus avós com livros nas mãos me dava a impressão de que ler era tão normal quanto comer e dormir. Por isso nunca pareceu uma obrigação ou esforço.

G: Qual é a sensação de ir a uma livraria e encontrar uma obra sua à venda?
CL: A de um sonho realizado, dever cumprido, uma das melhores sensações da vida.

G: Como você concilia as suas carreiras (tradutora/professora/autora)? 
CL: Não sinto muita dificuldade em conciliar o que tenho de trabalho para fazer. A maior dificuldade para mim é conciliar os filhos com a carreira de escritora, que vai muito além de escrever livros porque demanda tempo para pesquisa, leitura e engajamento nas redes sociais. Isso é meu maior desgaste hoje, e não tenho fórmula. Vivo um dia de cada vez, porque como mãe há 12 anos, já descobri que com filhos o planejamento é inútil. Aproveito momentos, deixo a preguiça de lado, e dou o melhor de mim para cada função. 

G: A propósito, se estivesse iniciando a carreira como autora agora, mudaria alguma coisa? Repensaria algum caminho?
CL: Ah, sim, Hahahahhaha. Ah, eu diria para mim que encontrar uma editora disposta a investir em você não é a chegada da corrida e sim a largada. Diria a mim mesma para estar sempre dois ou três livros à frente, a me planejar melhor para estar presente nos eventos e...quer saber? Talvez nem começaria, sabendo que minha vida já é caótica demais para me envolver na loucura que é o mundo editoral. Ainda bem que escolhemos nossos caminhos pela esperança e não o medo. Caso contrário, nossos sonhos nunca seriam realizados.

G: Pode nos contar o que você está lendo no momento? Quem sabe façamos uma resenha sobre ele...
CL: Nesse momento estou lendo Corda no Pescoço, do Ingo Muller, um excelente livro nacional, e louca para começar Hibiscus Roxo, da Chimamanda Ngozi Adichie.

G: Para encerrar, pode deixar um recado para os leitores?
CL: Que leiam mais livros nacionais! Hahahah. Sem preconceito, e com a mesma mente aberta que leem os estrangeiros. Percebo que os leitores perdoam deslizes dos autores internacionais famosos, mas massacram qualquer livro nacional que não os agrade 100%, num nível pessoal. É claro que há exceções, leitores com uma maturidade incrível, mas no geral temos tendência a valorizar mais o que vem de fora. Apoiem nossos autores e nossas obras ♥




E esta foi a nossa primeira entrevista, as Guardiãs estão imensamente gratas a Claudia por sua generosidade em nos ceder minutos de sua vida para este projeto. 
Agora você, caro leitor, nos diga o que achou e se gostou: compartilhe! 



Quer entrarem contato com a autora? A gente te ajuda!
Aqui seguem os links das redes sociais da Claudia: Perfil no Facebook | Instagram - Claudia Lemes | Fanpage Claudia Lemes Facebook |

terça-feira, janeiro 10

Top5





Mais um ano começa e com ele resolvemos fazer um balanço,  rever algumas coisas aqui no Blog, a primeira coisa é o nosso TOP5 dos livros que mais curtimos por aqui ao longo de 2016. Confesso que foi difícil selecionar alguns, outros ganharam tanto nossos corações que não podiam ficar de fora. 

1. Eu vejo Kate 
2. Um Martíni com o Diabo
3. Cova 312
4. Ball Jointed alice
5. Apollo



E bom, ano novo novas Metas certo? pois é nós, as guardiãs, resolvemos reformular nosso enfoque, que esse ano vai estar mais voltado ao cenário nacional, não só nas resenhas, mas com entrevistas com autores brasileiros, sorteios e alguns textos autorais das guardiãs tudo feito com muito amor e carinho para vocês. Esperamos que aproveitem cada momento, cada leitura, afinal ler é viajar por mundos e épocas. 

segunda-feira, janeiro 2

Lika leu: um Martíni com o Diabo




Livro: Um Martíni com o Diabo
Autora: Claudia Lemes
Ano:2016

Trata-se de um livro intenso, que nos mostra a fina linha que separa a justiça da vingança, o ódio do amor. A autora nos contempla com personagens dúbios, e um banho de sangue e crueldade.
Em Um Martíni com o diabo, somos apresentados à vida de Charlie Wlash, um rapaz de origem pobre, que no seu aniversário de 18 anos, descobre toda a podridão por trás de seu nascimento e a revelação de que é filho de um importante mafioso de Las Vegas.
Munido da de sede justiça e da arrogância natural a essa idade, o rapaz se muda para Vegas, na esperança de conseguir qualquer contato com Tony Conici e de fazer parte da Cosa Nostra a fim, de obter sua vingança pessoal.
Em sua trajetória vamos acompanhando a transformação dele em homem feito, suas escolhas e apostas erradas, seus envolvimentos duvidosos suas paixões e erros. Charlie não é um personagem qualquer, ele pode ser qualquer um de nós, aliás como os personagens de Claudia, ele é apaixonante justamente por suas imperfeições, em muitos momentos queremos cuidar e aconselhar o personagem, em outros queremos que ele pague por seus erros, é uma relação entre amor e raiva que permeia o livro todo.
Cheio de mulheres interessantes como a bela Rocket uma stripper de personalidade forte e que desperta o melhor e o pior em Charlie, Marion é uma personagem que me encantou, ela possui uma força, mas não a força de quem grita ou briga ela é uma rocha no meio de uma corredeira, sem dúvida a mulher mais encantadora do livro.
Outros personagens vão aparecendo nos encantando ou despertando a nossa própria sede de justiça ao longo da caminhada de Charlie, um caminho cheio de sangue, drogas e uma crueldade que a autora desnuda em nossa frente, uma crueldade que nos é apresentada todos os dias na vida real, nos noticiários.
Uma amostra do talento dessa autora simpática, eloquente, uma obra fascinante, mas que possui um defeito muito grave, acaba rápido, nos deixando com aquele sabor de quero mais, esperando a próxima obra, o próximo crime.