Livro: Eu vejo Kate, o despertar de um serial killerAutora: Claudia LemesEditora: empíreo
Eu confesso, que pensei muito sobre como falar desse livro,
muito mesmo, pois foi um dos livros mais intensos que eu já li, daqueles que
fechamos as páginas e ficamos alguns momentos olhando o vazio e perguntando no porquê...
Intenso, envolvente, forte e pavoroso, são os primeiros
adjetivos que me vem a mente quando o terminei.
sua capa, leve colorida, pode até sugerir algo delicado, mas não se
iluda, aquelas páginas pesam.
O livro conta a história de Kate, uma autora de livros, cujo
o atual projeto é a biografia de um sádico serial killer, que foi executado .
Aliás que durante todo o livro temos a presença de Nathan Bardel, o assassino
em questão, que narra os fatos, e acompanha os passos de Kate.
Para seu livro, ela faz uma intensa pesquisa , mergulhando
de forma minuciosa em seu trabalho, porém um imprevisto ocorre, a editora
responsável pela publicação do livro cancela a sua publicação, mas mesmo coma
negativa incisiva deles, Kate, continua movida por sua paixão pela obra que
está criando.
Porém as coisas a levam a conhecer Owen, o policial
responsável pela captura de Nathan, a
princípio ele parece não estar interessado em nada daquilo, mas o que seria
apenas a publicação da biografia de um serial killer se torna uma série de
crimes hediondos, com Kate e Nathan bem no olho do furacão, pois há alguém
cometendo crimes muito parecidos com os de Nathan.
É justamente nesse clima que o livro fica denso, com a
descrição nua, crua e detalhada de crimes hediondos, e de um sadismo absurdo
descritos de forma tão hábil e explicita pela autora. Confesso que em alguns
momentos fechei o livro, e pensei se continuaria ou não a leitura, mas não tem
como deixá-lo de lado, é como se Nathan sussurrasse em nossos ouvidos, nos
pedindo que não o abandone, que decifre cada linha, cada crime, cada dor
contidos ali.
As cenas do interrogatório foram as que mais me chamaram a
atenção, e nas quais pensei durante mais tempo, pensei pelo que ali está
escrito e pela veracidade, por imaginar quantos psicopatas, sádicos,
sociopatas, e outras espécies de monstros estão nas ruas, ao nosso redor, e que
achamos desculpas para não ver, ou simplesmente somos incapazes de ver em um
belo rosto algo de horrendo.
O livro é complexo e tenso, mas flui, é quase impossível
parar de ler, as páginas são devoradas num misto de curiosidade e asco que nos
conduzem por essa história, mas que vale cada minuto de leitura, um dos
melhores livros que li com certeza.