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quarta-feira, maio 13

Lika leu: Proibido




Título: ProibidoAutora: Tabitha SuzumaEditora: ValentinaAno: 2014Páginas: 304

Livro complexo, que apesar de uma linguagem doce e leve, trás temas pesados, e bem complexos, Thabita nos faz navegar por sentimentos de raiva, indecisão, sem nem ao menos perceber e ao final, nos vemos cativados por personagens que apenas querem amar.

Por meio deste livro conhecemos uma família não convencional e completamente problemática. O pai abandona a esposa e os cinco filhos sem nem mesmo olhar para trás, deixando as crianças a cargo de uma mãe alcoólatra e sem a menor estrutura para se dedicar a família. Ela frequentemente larga os filhos para namorar, beber, ou qualquer coisa que a faça sentir viva. O ódio que vamos sentindo dessa personagem só faz aumentar a cada página.

Mas é então que conhecemos Lochan, um garoto de dezessete anos que tomou para si a responsabilidades da casa e da criação dos irmãos. Ele é apaixonante, pois ao mesmo tempo que é um "pai" dedicado, capaz de esconder da assistência Social, sobre a vida em família que levam, é extremamente inteligente, chamando a atenção de todos os professores para suas notas, porém é inábil socialmente, incapaz de fazer amigos, ler em público ou mesmo manter uma conversa com alguem fora de seu circulo familiar. 

Aos dezesseis anos Maya, é doce, carinhosa, e de uma delicadeza que nos leva ao amor a primeira leitura em relação a esta menina que ao lado de Lochan, assume o controle da família, e se ele muitas vezes é linha dura, ela é a típica "mãe" carinhosa, capaz de apaziguar o caos, e os ânimos. Kit, é vem em seguida no quesito idade, e é o típico adolescente rebelde, contestador, que adora ver o caos na casa, as brigas com Lochan são em torno de horários, e autoridade, que ele não aceita vinda do irmão. Tiff, um garotinho meigo, que ama futebol, é sempre divertido, e elétrico, e entra nas polêmicas da família junto com Willa, uma linda menina de 5 anos, que apesar da pouca idade já percebe que vive num lar bagunçado, o que a faz diferente de seus colegas da escola. 

O livro é delicado e por ele vamos conhecendo mais os personagens em sua complexidade, pois o abandono importo pelos pais, os faz unidos, ainda que briguem bastante, mas as tarefas de Maya e Lochan, são árduas para dois adolescentes, que precisam administrar o parco dinheiro que a mãe deixa entre comprar comida, vestuários, material escolar, e pagar as contas que não param de chegar. A pressão de ter que cuidar de uma casa e de seus irmãos, atormenta Lochan o tempo todo, e muitas vezes o vemos a beira da loucura literal. 

Porém de uma forma delicada e natural, vamos sendo guiados pela relação entre Maya e Lochan, que se percebem apaixonados um pelo outro, e isso trás um peso muito forte para o casal, que sabe que é errado, e morre de medo das consequências disso, pois se descobertos teriam seus irmãos separados, o que para eles é a pior coisa que poderia acontecer, Mas ao mesmo tempo que o amor deles fala alto demais, as sensações são descritas de uma intensidade impressionante, de uma dor alucinante principalmente para Lochan que vive o dilema moral consigo mesmo.  


“Todo mundo tem o direito de fazer o que quiser, de expressar seu amor como bem entender, sem medo de assédio, ostracismo, perseguição ou mesmo a lei.”
A autora nos conduz por esse amor inocente e puro, ainda que moralmente errado, de uma forma impressionante, onde acompanhamos cada dificuldade e cada milimetro de alegria a que eles conquistam, mas a dor é inevitável, e as lágrimas rolam soltas quando o livro vai se aproximando do fim, e esse casal tão doce e dedicado, são colocados em cheque e toda dor transborda.

A leitura vale a pena, cada letra, cada página, cada lágrima derramada, a delicadeza com a qual os temas: abandono familiar, alcoolismo, e incesto vem a tona torna o livro ainda que denso e complexo, doce e delicado. Nos faz pensar no que é moralmente aceitável como certo e errado.



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